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Policial Civil preso por suspeita de corrupção com secretários de Cotia é encontrado morto

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Policial foi acusado de facilitar ação da organização criminosa (Divulgação/PCSP)

O policial civil Elias Barbosa dos Santos, preso na última sexta-feira (24), durante a Operação Nerthus, que investiga organização que promove loteamento clandestino em Cotia, foi encontrado morto na quarta-feira (29), no presídio especial da Polícia Civil, zona norte da capital paulista. O investigador e os secretários municipais Gustavo Nascimento (Meio Ambiente) e Vítor Marques (Jurídicos) e o vereador e ex-secretário de Habitação, Sérgio Folha (PV) são investigados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP).

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou a morte e afirma que o caso foi registrado como suicídio. “A Polícia Civil informa que todos os procedimentos pertinentes foram adotados”, diz a nota da SSP.

De acordo com as investigações, o policial civil recebia supostas propinas dos acusados para evitar investigações e facilitar o loteamento de áreas preservação permanente na cidade. “Para o êxito dos delitos, imprescindível a infiltração da organização criminosa nas entranhas do poder público municipal, que se vale da espúria e nefasta cultura social brasileira de pagamento de propina a servidores públicos. No caso em tela, destaca-se o pagamento de vantagens indevidas a policiais civis, militares, assessores da prefeitura, dentre outros nichos ainda não identificados”, aponta o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) na denúncia.

Prefeito investigado
As investigações do MP-SP apontam suposto envolvimento do prefeito Rogério Franco (PSD) no esquema criminoso. Para os promotores, ele recebeu R$ 220 mil para acobertar os crimes. “Em diálogo com Gilberto (considerado líder do esquema que está preso), foi possível concluir, pelo contexto da conversa, que Canibal fez menção ao prefeito de Cotia, Rogério Franco, utilizando a o termo “homi”. Confirmou que houve o pagamento de vantagem indevida no montante de R$ 220.000,00 (duzentos e vinte mil reais), por meio de um indivíduo conhecido como “Kaká”, sendo o prefeito o beneficiário. Em contrapartida ao pagamento indevido, seria afiançada pelo chefe do Poder Executivo municipal a garantia e segurança de que nenhuma ação de fiscalização seria desencadeada na região do Parque das Nascentes e seus arredores”, destaca a promotoria. Rogério Franco nega as acusações.

Operação deflagrada pelo Gaeco A investigação teve origem com a Operação Fast Track, deflagrada em novembro de 2020, quando se identificou e desarticulou uma célula jurídica da facção criminosa denominada Primeiro Comando da Capital (PCC), “Setor Universo”. Com base nos elementos colhidos naquela investigação, também presidida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), identificou-se uma organização criminosa que atua desde meados de 2018 no Parque das Nascentes, em Cotia.

De acordo com a apuração, o local apresenta grande relevância ambiental por abarcar 13 nascentes e respectivos cursos d’água. Trata-se de Área de Preservação Permanente (APP). Porém, a região tem sido alvo da organização criminosa investigada, que passou a implantar loteamentos clandestinos. Para tanto, utiliza-se de mecanismos agressivos de desmonte ambiental, o assim denominado “correntão”. Além de gravemente lesivo à flora, a prática resulta em alta mortandade de animais, que não conseguem fugir.

A seguir, veja a nota oficial sobre o caso emitida pela prefeitura de Cotia

A Prefeitura de Cotia informa que a operação ainda está em curso e que acompanha o andamento dos trabalhos. A administração municipal está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários. Tão logo tenha acesso aos autos, poderá se pronunciar sobre o assunto.

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