No outono, aumenta a incidência de enfermidades respiratórias, e os sintomas também se confundem; confira como se identificar e tratar
Com a presença do outono e o retorno do clima frio, os habitantes da Região Oeste da Grande São Paulo precisam estar atentos ao aumento das doenças respiratórias. As temperaturas mais baixas propiciam a propagação de vírus que causam infecções como gripe, resfriado e covid-19.
Além dessas patologias, como sinusite, rinite e crises de asma e bronquite, aumentam consideravelmente nesta época do ano. Muitas vezes os sintomas aparecem de forma semelhante e o diagnóstico fica inconclusivo.
“No outono, intensifica-se a presença de vírus como o da Influenza, causador da gripe, e o Rinovírus, responsável pelo resfriado comum. Além disso, não podemos nos esquecer do vírus da Covid-19, que, apesar do fim da pandemia, ainda se mantém presente na sociedade, encontrando um ambiente fértil nesse período”, afirma a infectologista Dra. Rebecca Saad, coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM).
Devido à alta concentração de poeira e poluentes no ar, os casos de alergias tendem a aumentar neste período do ano. O ressecamento das mucosas leva ao aumento de crises de doenças como rinite, sinusite, faringite e asma.
O que difere a rinite de outras enfermidades, é a inflamação de crises alérgicas e que acomete o nariz. Já a asma é um adoecimento inflamatório crônico, que ataca o sistema respiratório, especialmente os brônquios.
Enquanto a faringite, bem como a sinusite, são infecções que podem ser causadas por vírus e bactérias e não só uma simples alergia, inflamando a faringe e os seios da face, respectivamente.
Saúde no outono: gripe, resfriado, covid e vacinação
Com sintomas de febre, sensação de cansaço, dores no corpo, tosse seca, secreção nasal e espirros, a gripe é presença constante nos diagnósticos médicos, nessa época do ano.
Por outro lado, os resfriados podem cursar com indícios como coceira no nariz, garganta irritada, congestão e secreção nasal, espirros horas após a infecção e febre baixa, em alguns casos.

Já a covid-19 apresenta como principais sinais a perda de olfato, tosse, dor de garganta, coriza, dor abdominal e fadiga, sendo uma das infecções respiratórias que podem gerar graves complicações ao organismo humano.
Há ainda o vírus sincicial respiratório (VSR), que também pode ganhar força durante o período. “Esse vírus é responsável pelo desenvolvimento da bronquiolite e é comum em crianças menores de dois anos. Alguns sintomas incluem chiado no peito, febre e cansaço. A pneumonia também pode ser comum, já que ele afeta os brônquios e pulmões e, para esses casos, não existem vacinas”, explica a médica.
Tanto a gripe como a covid-19 podem ser evitadas com a vacinação, enquanto resfriado não conta com uma imunização específica.
o perigo não se limita aos sintomas incômodos: tanto a gripe quanto o resfriado podem abrir as portas para crises de asma, rinite, bronquite e sinusite. Bactérias oportunistas aproveitam a imunidade fragilizada para causar ainda mais problemas.
Em casos mais graves, ambas as doenças podem evoluir para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Um quadro sério que exige atenção imediata, pois gera insuficiência respiratória, febre alta e prolongada, tosse, cansaço, chiado no peito, aumento da frequência respiratória e queda de saturação de oxigênio no sangue.
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“Para essas pessoas, é necessário um cuidado mais intenso, como a internação. Bebês, crianças, idosos e grávidas são os grupos mais vulneráveis”, destaca a infectologista.
Por conta desse cenário e aos riscos envolvidos, é essencial que as pessoas estejam conscientes e tomem precauções para salvaguardar a saúde pessoal e comunitária.
“Manter a vacinação em dia, principalmente as doses contra gripe e Covid-19; usar máscaras faciais em lugares fechados; higienizar as mãos com frequência; e seguir com o distanciamento social de pessoas infectadas são fundamentais”, reforça Dra. Rebecca.
Saúde no outono: como evitar a transmissão

De acordo com a pneumologista Maria Vera Cruz, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), a boa hidratação é o ponto-chave, bem como manter a imunidade alta. É possível repor líquidos com água, chás e sucos e se alimentar adequadamente com alimentos leves, sem deixar o estômago vazio por muitas horas.
“É bom evitar a aglomeração de pessoas em locais fechados, manter os ambientes arejados e umidificados para não facilitar a transmissão dos agentes infecciosos, além de se preocupar com a higiene das mãos. Hidratação e lavagem nasal com soro também ajudam nesta época”, explica a profissional.
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