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Refugiados: carteira de trabalho é passaporte para uma nova vida

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Omahir Heredia, Aurora Seles, Herline Simelus e Yves Johnsley (Fotos: Arquivo Pessoal)

Omahir Heredia, 40 anos, é uma refugiada da Venezuela, que chegou ao Brasil entre os mais de 4,5 mil venezuelanos que deixaram o país vizinho e foram recebidos pelo governo brasileiro por meio da Operação Acolhida, de ajuda humanitária a refugiados e imigrantes venezuelanos. No Brasil desde dezembro do ano passado, Omahir é um dos 18 refugiados contratados pela MC Donald´s, e um dos 36 mil trabalhadores imigrantes com carteira assinada por empresas no País em 2018.

Segundo dados do Relatório Anual do Observatório das Migrações Internacionais, do Ministério da Justiça, o número de refugiados com carteiras assinadas representa quase a metade do total de 76.878 carteiras emitidas entre 2010 e 2018.

Ao Giro S/A, Omahir conta que deixou a Venezuela por conta das dificuldades em sustentar sua família em meio à crise política e social vivida pelo país. “A situação do meu país é muito difícil, fiquei desempregada e tenho dois filhos, mas não tinha como sustentar e alimentar meus filhos”, lembra. Hoje, contratada, ela faz curso de português e faz planos. “Quero ter crescimento pessoal e profissional, quero crescer dentro da empresa”, diz Omahir. 

••• Ouça o podcast com as entrevistas.

Quem também chegou ao Brasil e hoje já está totalmente adaptado ao País é Dorvilus Yves Johnsley, 22 anos, que também trabalha no ramo de gastronomia. Com carteira assinada na hamburgueria Cadillac Burger, no bairro da Mooca, em São Paulo, o haitiano de 27 anos ocupa hoje posição de destaque onde trabalha e também quer crescer no Brasil. “O Brasil é um país muito bom e não penso em voltar para meu país, quero estudar, melhorar meu português e ter minha família aqui”, conta.

Herline Simelus, 25 anos, do Haiti, há quase dois anos no Brasil e hoje, tendo estado dez meses desempregada, hoje também tem carteira assinada pela rede americana de fast food. No Haiti, ele começou a estudar Administração Econômica e Social, mas pretende prestar vestibular no próximo ano.


Mercado de trabalho

Segundo o presidente do Sinhores (sindicato patronal da categoria de hotéis, restaurantes, bares e similares de Osasco-Alphaville e Região), Edson Pinto, é importante que os imigrantes, sendo refugiados ou não, devem buscar regularizar a situação no país para que possam aumentar suas chances de contratação no mercado de trabalho.

De acordo com coordenador-geral de Imigração Laboral do Ministério da Justiça, Luiz Alberto Matos dos Santos, a indústria e o comércio são as atividades que mais contratam trabalhadores imigrantes. Os homens ocupam 72% das vagas formais, enquanto as mulheres ficam com 28º estado de São Paulo e a Região Sul continuam atraindo a maioria dos imigrantes que chegam ao Brasil em busca de emprego.

Santos alerta que a posse da carteira de trabalho é obrigatória para toda pessoa que, residindo no Brasil, preste algum tipo de serviço, seja na indústria, no comércio, na agricultura, na pecuária ou mesmo de natureza doméstica.
No Brasil, segundo o Ministério da Economia, em 2018 foram emitidas 5 milhões de novas carteiras de trabalho para brasileiros. Desse total, 85 mil foram para estrangeiros.

Idioma e socialização

As dificuldades com o idioma no País e suas singularidades são realidades comuns para Omahir, Herline e Yves. Na entrevista à reportagem, Yves comenta que ainda falta mais atenção no que diz respeito a curso de idioma para os imigrantes.

Aos poucos a crítica do jovem haitiano é observada por instituições como o Memorial da América Latina, que oferece curso grátis de português para atender pessoas em situação de refúgio no Brasil e que estão em situação de vulnerabilidade. Os formandos têm como país de origem Irã, África do Sul, Palestina, Nigéria, Venezuela, Síria, Somália, República da Guiné, Burkina Fasso e República Democrática do Congo.

O curso do Memorial é resultado de uma parceria entre a Uninove, a Caritas Arquidiocesana de São Paulo e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

Quem também atua diretamente com os refugiados no Brasil é a jornalista Aurora Seles, professora de língua portuguesa pelo Senac para imigrantes. “Imediatamente você percebe a vontade que eles tem para superar esta fase da vida porque, claro, falar o idiomas para elas significa uma etapa fundamental já que eles buscam, aqui, emprego e o envolvimento mais natural possível em outro país. É gratificante quando eles começam a se comunicar melhor”, comenta. 

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