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MP aponta que cantor Netinho de Paula fez empréstimos com agiota do PCC

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De acordo com o Ministério Público, Netinho de Paula pediu empréstimo para agiota ligado ao PCC. Nome do cantor apareceu em investigação

Uma denúncia do Ministério Público de São Paulo revelou que o cantor Netinho de Paula fazia empréstimos com Ademir Pereira de Andrade, agiota do Primeiro Comando da Capital (PCC). No total, 12 pessoas — incluindo Ademir e oito policiais civis — foram denunciados por envolvimento com a facção, lavagem de dinheiro, tráfico, corrupção e diversos outros crimes.

O MP teve acesso a diálogos entre Ademir e Netinho “que evidenciam a prática criminosa de empréstimo a juros”. O conteúdo foi obtido após quebra de sigilo telemático do celular do agiota que foi apreendido pela polícia.

Em uma das mensagens, o artista fala sobre o pagamento de um empréstimo de R$ 500 mil e outro de R$ 2 milhões. “As questões dos juros eu vou pagando para você o que for dando aí, pode ficar tranquilo tá bom?”, escreveu Netinho ao agiota em 12 de maio de 2023.

Na troca de mensagens entre julho e agosto de 2023, Netinho e Ademir planejavam um encontro com um “amigo”, cuja identidade não foi revelada.

O cantor também enviou dois anexos com informações sobre inspeções do Ministério dos Direitos Humanos em presídios e uma visita técnica da Comissão dos Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados para apurar supostas denúncias de violações dos direitos humanos na Penitenciária e Mossoró.

Ao Portal Leo Dias, Netinho explicou que os dois se conhecem há oito anos e que o denunciado é seu fã. Também disse que já foi contratado para fazer show para Ademir, que mantinha “relações de operação financeira” e já fez empréstimos com ele. O cantor ainda relatou que ficou muito surpreso quando descobriu a relação de Ademir com a facção criminosa.

Entenda a denúncia

Segundo a investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os 12 acusados atuavam em conluio com o PCC, usando a estrutura do Estado para favorecer a facção criminosa.

Além da denúncia, o MP pediu que os acusados paguem ao menos R$ 40 milhões em razão do “dano causado pelos crimes cometidos, bem como ao ressarcimento por dano moral coletivo e dano social”.

O documento aponta a existência de um esquema criminoso envolvendo policiais civis e empresários que usavam a estrutura do Estado para obter vantagens ilícitas. Segundo o MP, delegados e investigadores se uniram a criminosos para transformar órgãos como a Polícia Civil em instrumento de enriquecimento ilícito e proteção ao crime organizado.

Denúncia do Ministério Público

De acordo com o MP, o esquema consistia em uma “relação simbiótica” entre os agentes públicos e “empresários do crime”. Enquanto os policiais garantiam a impunidade de criminosos e desviavam investigações, os “particulares” enriqueciam com atividades ilegais.

A atuação do esquema na organização criminosa não se limitava a corrupção e lavagem de dinheiro. Os envolvidos também praticavam tráfico de drogas, homicídios e sequestros. Um dos exemplos citados na denúncia é o assassinato do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, morto a tiros em plena luz do dia no Aeroporto de Guarulhos, colocando a vida de milhares de pessoas em risco.

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