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Morte em Interlagos: sangue encontrado no carro é de empresário e mulher

Empresário foi encontrado morto em um buraco de obra no Autódromo de Interlagos (Reprodução)

Exames confirmam que empresário foi morto por asfixia e descartam violência sexual; corpo foi encontrado em um buraco no Autódromo de Interlagos

As manchas de sangue localizadas no veículo do empresário Adalberto Júnior, encontrado morto no Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, pertencem a ele e a uma mulher ainda não identificada. A informação consta em laudo de DNA divulgado pela Polícia Civil de São Paulo nesta semana.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o exame foi concluído parcialmente, confirmando a presença do material genético do empresário e de um perfil feminino desconhecido. “Outras análises estão em andamento para esclarecer totalmente as circunstâncias do crime”, informou a pasta.

A Polícia Civil também coletou amostras de DNA da esposa de Adalberto, Fernanda Dândalo, para comparação, mas já descartou a possibilidade de envolvimento de uma suposta amante. Por enquanto, não é possível determinar há quanto tempo a mancha de sangue estava no veículo.

Morte por asfixia

Laudos do Instituto Médico Legal (IML), concluídos na última terça-feira (17/6), indicaram que a causa da morte foi asfixia, levando o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) a tratar o caso como homicídio. Inicialmente, o registro era de morte suspeita.

Ainda não há definição sobre como o empresário foi asfixiado. As investigações trabalham com duas hipóteses: morte por constrição torácica — quando há pressão sobre o tórax — ou estrangulamento, possivelmente por meio de uma técnica como o mata-leão.

O horário exato da morte também permanece desconhecido. O que se sabe é que Adalberto chegou ao autódromo por volta do meio-dia do dia 30 de maio, quando desapareceu. O corpo foi localizado quatro dias depois, escondido em um buraco numa área de obras do autódromo. A perícia descarta a possibilidade de queda acidental — a investigação aponta que ele foi colocado no local, ainda não se sabe se já sem vida ou não.

Outro laudo revelou que Adalberto sofreu uma lesão no joelho enquanto ainda estava vivo. O delegado Rogério Thomaz, responsável pelo caso, acredita que esse ferimento pode ter ocorrido no momento em que o empresário foi imobilizado e colocado dentro do buraco.

O corpo também apresentava marcas no pescoço, mas não suficientes para fraturar a traqueia. Segundo a diretora do DHPP, delegada Ivalda Aleixo, esse dado reforça a possibilidade de que ele tenha sido vítima de um golpe de mata-leão — que provoca desmaio ou asfixia.

Laudos afastam envenenamento e violência sexual

Exames realizados também identificaram lesões nos pulmões compatíveis com hipoxemia — queda na oxigenação do sangue —, o que confirma a asfixia como causa da morte.

O laudo toxicológico descartou a presença de álcool, drogas, medicamentos, pesticidas ou qualquer outra substância tóxica no organismo da vítima, o que elimina a hipótese de envenenamento ou intoxicação.

Esses resultados contradizem o depoimento do amigo que acompanhava o empresário no evento. Rafael Aliste afirmou que Adalberto consumiu maconha e ingeriu cerca de oito cervejas, o que, segundo ele, teria deixado o empresário “mais agitado que o normal” no dia do desaparecimento.

Por fim, a perícia detectou a presença de Antígeno Prostático Específico (PSA) no pênis da vítima — uma proteína natural do organismo masculino, comum no sêmen —, mas não foram encontrados espermatozoides nas regiões oral e anal. Isso permite aos investigadores descartar a possibilidade de violência sexual.

Investigação

A hipótese de que um segurança aplicou o golpe é uma das linhas de investigação mais fortes no momento. Isso porque o evento realizado no autódromo naquele dia contava com 188 seguranças contratados, além da equipe fixa do espaço, totalizando mais de 200 profissionais.

A polícia já possui uma lista com todos os nomes dos vigilantes e está analisando imagens de câmeras para identificar quem circulou entre o carro de Adalberto e o interior do autódromo. Até agora, nenhum suspeito foi oficialmente identificado.

Em coletiva de imprensa, a delegada Ivalda Aleixo e o secretário-executivo da Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves, afirmaram que Adalberto teve uma morte lenta e agonizante. As lesões no corpo indicam que ele lutou para respirar antes de perder a consciência e morrer.

A Polícia Civil segue apurando o caso e aguarda a conclusão dos exames complementares de DNA, além da análise completa das imagens de câmeras de segurança, para tentar identificar quem esteve com Adalberto antes de sua morte.

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