O VGV deve girar em torno de R$ 2 bilhões. A oferta de imóveis vai desde studios até apartamentos que são verdadeiras casas suspensas
Você procura por um apartamento ou uma casa em Alphaville e Tamboré? Então, saiba que, em 2024, serão lançadas mais de 2 mil unidades nos dois bairros, que estão divididos entre os municípios de Barueri e Santana de Parnaíba. “A região terá o maior boom imobiliário que já vimos na história nos últimos 20 anos”, afirma Raphael Sampa, sócio da SF Brokers, especializada em intermediação imobiliária.
O Valor Geral de Vendas (VGV) deve girar em torno de R$ 2 bilhões. “Do total de lançamentos, a SF Brokers deve fazer 60%”, completa Sampa. A tendência continua sendo apartamentos, desde studios de 40 m2 até verdadeiras residências suspensas, que chegam a ter mais de 300 m².
Imóveis: sem estoque
Segundo o especialista da SF Brokers, hoje, o cliente não encontra um apartamento pronto pra comprar em Alphaville. “As incorporadoras não possuem estoque para venda; só conseguem oferecer unidades em obras. E, a grande maioria, está 70% vendida. Ou seja, falta produto. Por isso, há essa demanda tão forte em lançamentos na região”, explica ele.
Sampa destaca ainda que 30% dos moradores pagam aluguel. O metro quadrado chega a custar R$ 100,00. “Muitas pessoas escolheram morar de aluguel no período pós-pandemia e têm a intenção de adquirir um imóvel em Alphaville. Porém, não encontram ofertas de compra. Ou seja, temos uma demanda reprimida na região. Logo, a necessidade de lançamentos é por esse motivo também”, destaca.
+SIGA os canais de notícias do Giro no Whatsapp, Telegram e Linkedin.
Cenário favorável em Barueri
No final de 2023, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental do Município de Barueri ganhou normas complementares em relação ao zoneamento, lembra Sampa. Áreas como Tamboré, próximo do laboratório Fleury e do Shopping Tamboré, teve o zoneamento modificado, permitindo a construção de apartamentos. “Barueri busca a desindustrialização de Alphaville e região”, ressalta o sócio da SF Brokers.
A Lei Complementar 022/2023, de autoria do Executivo, promoveu algumas mudanças, como a destinação de algumas áreas que passaram de industrial para residencial e comercial. Um desses espaços refere-se ao bairro Tamboré. “Na área próxima ao laboratório Fleury, ao lado da ponte, e ao Shopping Tamboré, agora, será permitida a construção de apartamentos com as alterações no zoneamento”, afirma Sampa.
Segundo o especialista, a retirada de indústrias de Alphaville e Tamboré possibilitará a diminuição no fluxo de pessoas de segunda a sexta-feira. Muitas delas não moram na região; apenas vêm para trabalhar. Com isso, surgem grandes congestionamentos nas vias dos dois bairros. “Além disso, os prédios residenciais poderão trazer essas pessoas para morar na cidade”, destaca ele, que complementa: “Temos perspectiva de melhoria no trânsito da região daqui cinco anos.”

Santana de Parnaíba: destaque em lançamentos
Segundo a Pesquisa do Mercado Imobiliário (PMI), realizada pelo Secovi-SP e divulgada em fevereiro de 2024, Santana de Parnaíba foi o 22º município que mais registrou lançamentos imobiliários em 2023 entre 31 cidades do interior paulista avaliadas pela entidade. Foram 682 unidades. Em 2022, foram 116 unidades (leia mais acessando o link).
Em Santana de Parnaíba só é permitido construir edifícios de até quatro andares. Mas, segundo Sampa, a demora na aprovação de projetos – uma casa chegava a levar seis meses – dificultava as incorporações. “O cenário já mudou e os projetos estão sendo liberados com mais agilidade. Em Tamboré ocorrerão muitos lançamentos ainda”, afirma ele.
Entre os empreendimentos na região, destaque para a nova fase do condomínio Itahyê e o projeto Arqos, que terão ligação com a Rodovia Anhanguera e com o bairro Sítio do Morro.
Mercado imobiliário brasileiro: queda na taxa de juros
Os especialistas do mercado imobiliário estão otimistas para 2024, com o setor mantendo-se aquecido. Diversos fatores contribuem para esse cenário, como a inflação controlada e a queda das taxas de juros. “Com isso, aumenta-se de 10% a 15% o poder de compra do cliente. Hoje, a taxa e juros está em 11,75%. Mas, ainda este ano, deve chegar a 9%”, diz o sócio da SF Brokers.
Outro fator que influencia o setor é o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), taxa calculada mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para medir o aumento dos custos dos insumos utilizados em construções habitacionais. Esse índice é utilizado para reajustar as parcelas dos contratos de compras de imóveis em fase de construção. “O INCC registrou a menor taxa dos últimos dez anos. Isso alimenta os investidores a colocar dinheiro em imóveis na planta”, explica Sampa.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) projeta um aumento no volume de crédito de 8,1%. Esse fator também representa um novo impulso no mercado imobiliário em 2024.
As novas regras do programa Minha Casa Minha Vida, estipuladas em julho de 2023, também prometem impulsionar o segmento imobiliário no Brasil. O governo federal ampliou subsídios, reduziu os juros de financiamento e ampliou os limites de preços para a aquisição da tão sonhada moradia.

—
Jornalismo regional de qualidade
Há mais de 16 anos, o GIRO noticia os acontecimentos mais importantes nos 12 municípios que compõem o consórcio *Cioeste. Essas cidades estão localizadas na Região Oeste Metropolitana de São Paulo e possuem uma população que ultrapassa os 2,5 milhões de habitantes.
Siga o perfil do jornal no Instagram e acompanhe outros conteúdos.
*Cioeste: Araçariguama, Barueri, Cajamar, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba, São Roque e Vargem Grande Paulista.