Além de mansões em Barueri, apresentador era dono de postos de gasolina, loja de conveniência e complexo de estúdios de TV em Alphaville
Além de ser uma das maiores estrelas da televisão brasileira, o apresentador Gugu Liberato foi um homem de negócios bem-sucedido. Morador de Barueri ao longo de décadas, no bucólico bairro Aldeia da Serra, apesar de ser extremamente reservado, não era incomum encontrar Gugu em shoppings centers da região. Um funcionário que trabalha na unidade da rede Graal, na altura do Km 30 da rodovia Castello Branco, em Barueri, afirmou à reportagem que Gugu costumava tomar café e comprar pão no local. “Gugu era sempre cortês e sorridente”, relembrou o colaborador, que pediu para não ser identificado.

Mas afinal de contas, Gugu era dono do Graal?
A rede de postos de combustíveis e restaurantes, com unidades em vários estados brasileiros, era relacionada ao apresentador como lenda urbana. Uma das associações era sobre o nome verdadeiro de Gugu, Antônio Augusto de Moraes Liberato, ao Grupo de Restaurantes Antonio Augusto Liberato, que na verdade não passa de uma referência à lenda do Santo Graal. Durante participação no Programa do Porchat, na Record TV, Gugu abordou o assunto: “Existe essa lenda. Eu tenho participação em uma das unidades do Graal, da rodovia Castello Branco. Mas a rede está no Rio Grande do Sul e em outros estados. Não é minha”, disse aos risos.

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Ainda na região, além de mansões de luxo e negócios imobiliários, Gugu mantinha um de seus investimentos mais promissores, a GGP Produções, localizada na Alameda Surubiju, 2.010. Fundada pelo apresentador no início dos anos 2000, a produtora foi criado com o objetivo de se tornar um centro de excelência no campo audiovisual. Ao longo dos anos, a empresa consolidou sua trajetória com diversos projetos de sucesso no mercado televisivo, cinematográfico e publicitário. Inclusive seu programa era exibido ao vivo pela Record TV diretamente de Alphaville.

Herança de R$ 1 bilhão é discutida na Justiça
Gugu deixou o SBT em 2009, onde ficou durante 28 anos, e assinou contrato de oito anos com a Record TV, com salário mensal de R$ 3 milhões, além de participação em ações de merchandising. Quatro anos após ser anunciada uma das principais contratações da história da TV brasileira, a emissora e o apresentador anunciaram a rescisão do contrato. Para pagar o montante da multa rescisória, algo na casa dos R$ 100 milhões, a emissora repassou a Gugu um de seus helicópteros. Em 2015, o apresentador voltou a dar expediente na Record TV, numa nova estrutura de contrato.

Ainda contratado da Record, em 20 de novembro de 2019, Gugu sofreu um grave acidente doméstico em sua residência localizada em Orlando (Estados Unidos), caindo de uma altura de cerca de quatro metros, sofrendo uma lesão na cabeça. Gugu foi socorrido às pressas e internado na UTI. Gugu não resistiu e sua morte foi confirmada no dia 22 de novembro. O apresentador faleceu aos 60 anos de idade e deixou três filhos, João Augusto, 21, e as gêmeas Marina e Sofia, 19. O corpo do apresentador foi sepultado em 29 de novembro, na capital paulista, no Cemitério Gethsêmani, sob forte comoção nacional.
Impasse na Justiça parece estar longe do fim
Desde a morte do apresentador, seu patrimônio, estimado em R$ 1 bilhão, tem sido motivo de discussão na Justiça. A médica Rose Miriam di Matteo, mãe dos três filhos de Gugu, busca ser reconhecida como esposa do apresentador, o que mudaria completamente o testamento deixado por Gugu, analisado e validado pelo Superior Tribunal de Justiça. Caso seja reconhecida pela Justiça como esposa de Gugu, Rose passa a ter direito sobre 50% da herança. No testamento deixado pelo apresentador, 75% de seus bens foram destinados aos filhos e 25% a cinco sobrinhos, além de pensão vitalícia de R$ 163 mil para Maria do Céu Moraes, mãe do apresentador.

Rose Miriam conta com o apoio das filhas na reivindicação de seus direitos. Já o filho, João Augusto, permanece ao lado da tia e irmã de Gugu, Aparecida Liberato, nomeada por Gugu como a responsável por cuidar de seu espólio. Aparecida e o sobrinho buscam manter o que foi desejado pelo apresentador no testamento feito em 2011. Fora do testamento, Rose recebe pensão mensal de US$ 10 mil e possui uma residência em Alphaville, avaliada em R$ 6 milhões.
O testamento deixado por Gugu inclui bens como: mansão avaliada em R$ 15 milhões; mansão no Guarujá, litoral sul de SP, avaliada em R$ 7 milhões; mansão em Orlando (EUA), com cinco suítes, avaliada em R$ 6,7 milhões; aplicações em bancos que ultrapassam os R$ 190 milhões; produtora audiovisual localizada em Barueri/Alphaville, em terreno de 8,5 mil m², avaliada em R$ 60 milhões; participação em postos de combustíveis, loteamento, loja de conveniência, aplicação em bolsa, joias, entre outros. As informações sobre os bens foram divulgadas pela revista Veja.
Rose e as filhas são representadas pelo advogado Nelson Wilians. Já Aparecida Liberato e João Augusto constituíram o advogado Dilermando Cigagna. Até aqui, a única certeza é que os advogados de ambas as partes figuram entre os principais nomes do Direito no País.

Partilha dos bens poderá ter reviravolta
A disputa pela herança bilionária de Gugu parece estar longe do fim após a chegada de novos personagens que decidiram provocar a Justiça recentemente. Um deles é o chef e empresário, Thiago Salvático, que reside na Europa, decidiu entrar na Justiça para reivindicar seus direitos, por alegar ter sido companheiro do apresentador durante nove anos.
O outro personagem, identificado como Ricardo Rocha, surgiu repentinamente no mês passado e pode mudar completamente os rumos da partilha dos bens de Gugu. O vendedor de automóveis que reside em São Paulo alega ser filho do apresentador. Somente um teste de DNA poderá provar e, caso seja reconhecido como herdeiro legítimo, o homem automaticamente entra na divisão da herança.
O impasse continua entre todos os envolvidos.
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