Seja num imóvel antigo ou até mesmo recém-construído, implantar um sistema com energia solar em uma residência, atualmente, é considerado muito simples
Utilizar produtos duráveis na construção, instalar painéis solares em casa, ter um sistema de reaproveitamento de água são boas práticas que tornam uma residência sustentável, mas o conceito é amplo, como explica Rogério Novakoski, arquiteto e docente na área de Design de Interiores do Senac Osasco.
Quando falamos em sustentabilidade, estamos nos referindo à busca de desenvolvimento econômico sem prejudicar o meio ambiente e sem esgotar seus recursos para as gerações futuras, explica Rogério Novakoski, arquiteto e docente na área de Design de Interiores do Senac Osasco. “Uma casa sustentável é aquela que se preocupa não somente em funcionar de forma mais econômica e com materiais que não comprometam a natureza, mas também buscar sempre excelência na qualidade dos seus materiais e produtos. É fundamental utilizar produtos que tenham durabilidade, se possível, por várias gerações. Não faz sentido dizermos que um determinado mobiliário é sustentável, devido à matéria-prima utilizada em sua produção, se ele dura somente vinte anos. Se não houver ‘qualidadedurabilidade’, vamos produzir lixo em mais quantidade”, explica.
Captar água da chuva e reutilizá-la na rega de plantas, ou na limpeza de áreas externas é um sonho de consumo de muitos que prezam pela sustentabilidade, entretanto essa ideia não é muito comum para apartamentos, apesar de ser possível. O professor diz que, atualmente, existem empresas especializadas na implantação de sistemas de captação de água para casas ou condomínios de apartamentos. “O condomínio pode realizar a captação de água em áreas comuns, aproveitando a água da chuva e a reutilizando com um baixo investimento, pois não há a necessidade de alterar a estrutura hidráulica já existente. Em um circuito de captação de água existe uma grade de recolhimento, um tanque de armazenamento, uma bomba e uma caixa d’água com tubulação independente. É algo simples, muito parecido com o que já encontramos em casas. A reutilização da água dessa maneira pode gerar uma economia de cerca de 50% pelo consumo de água ao condômino”, ensina.
Sobre a escolha de materiais, produtos e equipamentos mais apropriados, Novakoski diz que é preciso observar três pontos principais: o menor uso de energia elétrica possível, o menor comprometimento dos recursos da natureza e sua qualidade e durabilidade. “Não é tão fácil unir esses três itens em um único produto, mas estamos caminhando para que novos materiais e novas tecnologias tornem isso cada vez mais possível”.
Energia solar
Hoje em dia, implantar um sistema com energia solar em uma casa é muito simples, sendo ela uma casa nova ou antiga. A instalação de painéis solares em uma residência já foi cara, hoje é muito mais barata, e o custo-benefício disso é rápido. O professor ensina que, para calcular o número de painéis solares, devemos levar em conta principalmente qual é a necessidade do morador, pois isso definirá qual a sua demanda elétrica. “É somente para o uso em chuveiros elétricos? Ou vamos utilizá-la para alimentar também o sistema de ar condicionado? É natural que, quanto maior for a casa, maior seja a sua demanda elétrica também”, enfatiza.
Outro fator que irá determinar o número de painéis necessários é a potência de cada painel e a incidência de luz solar sobre eles. “Regiões diferentes do país também podem exigir mais ou menos painéis, de acordo com a mudança do clima”, acrescenta Novakoski.
Por fim, para que a sustentabilidade seja realidade em uma casa, é preciso que ela esteja presente no projeto arquitetônico e no canteiro de obras. “É importante trabalhar com uma equipe de profissionais conscientes dessa questão, e que estejam todos atentos em reduzir o desperdício de materiais, e até reutilizá-los quando for possível. O armazenamento correto de materiais também deve ser cobrado, pois há muita perda de matéria-prima devido ao mau uso e descuido na armazenagem. E não podemos esquecer do descarte correto dos resíduos da obra, pensando em gerar o mínimo de lixo e evitar a contaminação do meio ambiente”.