Filme vencedor do Festival de Veneza 2017, uma produção de cativante beleza, interpretada por um elenco afiadíssimo (que deveria levar todos os prêmios da temporada).
Passada nos anos 1960 (quando a Guerra Fria pegava fogo), a história é apresentada como uma fábula, protagonizada por uma “princesa sem voz”. “O que eu posso dizer sobre ela?”, anuncia o narrador. Mas ele logo se recolhe. Ao invés de dizer, del Toro mostra, usando a imagem como protagonista, na melhor concepção do que vem a ser o cinema.
Muda (e nem por isso infeliz), a faxineira Eliza Esposito (Sally Hawkins, hipnótica) trabalha numa base secreta do governo dos Estados Unidos, que inclui um laboratório comandado pelo doutor Hoffstetler (Michael Stuhlbarg). Uma criatura capturada nos confins da América do Sul é levada para lá.
Pouco a pouco, Eliza vai se afeiçoando a ela. Sim, quem ama o feio bonito lhe parece. Quando os norte-americanos decidem usar o “monstro” como cobaia na corrida espacial, entra em cena o agente policial moralista e sádico Strickland (um motivado Michael Shannon).