Entre os anos de 2012 e 2022, a febre maculosa resultou em 753 óbitos no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, nesse período, foram registrados 2.157 casos confirmados da doença no País
Nos últimos dias, o governo do estado de SP passou a fonecer orientações à população diante do aumento recente de casos de febre maculosa no estado. Até a tarde de quinta-feira (15), foram registrados 17 casos da doença em 2023, resultando em oito óbitos. Destes, quatro mortes foram confirmadas desde segunda-feira (12), e os pacientes estiveram presentes no mesmo evento na Fazenda Santa Margarida, localizada na região de Campinas.
Balanço do ano passado
No ano de 2022, foram registrados 63 casos, dos quais 44 resultaram em óbitos confirmados. Em 2021, foram notificados 87 casos, com 48 óbitos confirmados. Esses números destacam a importância de estar atento aos sintomas da febre maculosa e agir prontamente em casos suspeitos da doença. Entre os anos de 2012 e 2022, a febre maculosa resultou em 753 óbitos no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, nesse período, foram registrados 2.157 casos confirmados da doença no País.
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Na região
Até o momento, nenhuma das 12 cidades que integram o consórcio de municípios *Cioeste, na Região Metropolitana da Grande SP, registraram casos recentes de febre maculosa. Por meio das redes sociais, algumas prefeituras têm compartilhado informações sobre cuidados preventivos e o que fazer em caso de suspeita de sintomas, como é o caso de Araçariguama, Barueri e Santana de Parnaíba.
*Cidades do Cioeste: Araçariguama, Barueri, Cajamar, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba, São Roque e Vargem Grande Paulista.

De que forma a febre maculosa é transmitida?
A febre maculosa, também conhecida como febre do carrapato, é uma doença transmitida por carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii. Essa doença pode ser grave e até mesmo fatal se não for tratada adequadamente. Abaixo, confira os principais sintomas da febre maculosa, as dicas de prevenção e orientações sobre as ações que devem ser tomadas em caso de suspeita da doença.
Principais sintomas: os primeiros sinais da febre maculosa geralmente começam a se manifestar de 2 a 14 dias após a picada do carrapato infectado. É importante estar atento aos seguintes sinais:
- Febre alta: a temperatura do corpo pode subir rapidamente, atingindo níveis superiores a 39°C.
- Dores musculares e de cabeça intensas: os pacientes podem sentir dores no corpo, principalmente nas regiões das costas e das pernas, além de dores de cabeça intensas.
- Erupção cutânea: cerca de 2 a 5 dias após o início dos sintomas, pode ocorrer uma erupção cutânea característica da febre maculosa. A erupção normalmente começa nas extremidades do corpo (mãos e pés) e se espalha para o restante do corpo, incluindo as palmas das mãos e as solas dos pés.
- Outros sintomas: também podem estar presentes sintomas como náuseas, vômitos, falta de apetite e sensibilidade à luz.
Fonte: Centers for Disease Control and Prevention – CDC
Prevenir a febre maculosa é fundamental para evitar a doença. A seguir, veja algumas medidas preventivas importantes:
- Use roupas protetoras: ao passar por áreas arborizadas ou com vegetação densa, use roupas de manga longa, calças compridas e sapatos fechados. Isso reduzirá as chances de os carrapatos entrarem em contato com a pele.
- Aplique repelentes de insetos: use repelentes de insetos contendo DEET nas áreas expostas do corpo. Isso ajuda a afastar os carrapatos.
- Faça uma verificação cuidadosa: após passar por áreas de risco, verifique todo o corpo em busca de carrapatos, especialmente nas áreas de dobra da pele, como axilas, virilha e atrás das orelhas. Se encontrar algum carrapato, remova-o corretamente.
Fonte: Departamento de Saúde Pública do Estado de São Paulo.
Caso haja suspeita de febre maculosa, é fundamental tomar as seguintes medidas:
- Busque atendimento médico imediato: ao identificar sintomas compatíveis com a febre maculosa, procure um serviço de saúde ou um médico o mais rápido possível. Explique os sintomas e informe qualquer exposição recente a áreas de risco, como regiões arborizadas.
- Mencione a suspeita de febre maculosa: informe ao médico sobre sua suspeita de febre maculosa para que ele possa considerar essa possibilidade ao avaliar seu quadro clínico.
- Relate histórico de picadas de carrapato: se você lembra de ter sido picado por carrapatos recentemente, mencione essa informação ao profissional de saúde. Isso pode ajudar a confirmar a suspeita e direcionar o diagnóstico.
- Realize exames laboratoriais: o diagnóstico preciso da febre maculosa é realizado por meio de exames laboratoriais específicos, como a sorologia. Esses exames são necessários para identificar a presença da bactéria Rickettsia rickettsii no organismo.
- Inicie o tratamento adequado: caso seja confirmado o diagnóstico de febre maculosa, é essencial iniciar o tratamento o mais rápido possível. Geralmente, a doença é tratada com antibióticos, como a doxiciclina, sob orientação médica.
Importante: a febre maculosa é uma condição médica séria que requer cuidados médicos especializados. Portanto, é essencial seguir as orientações do profissional de saúde para garantir um tratamento adequado e reduzir o risco de complicações.
Afinal de contas, a capivara transmite febre maculosa?
De acordo com especialistas, a capivara não transmite diretamente a febre maculosa. A transmissão da doença ocorre por meio da picada de carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii. Embora as capivaras possam ser hospedeiras dos carrapatos transmissores, elas não são responsáveis pela disseminação da doença.

Uma fonte confiável para embasar essa informação é o Ministério da Saúde, que esclarece que a transmissão da febre maculosa ocorre principalmente pela picada do carrapato-estrela (Amblyomma sculptum) e outras espécies de carrapatos do gênero Amblyomma, que se alimentam tanto de animais silvestres quanto domésticos.
Portanto, é importante esclarecer que a capivara não é um vetor direto da febre maculosa, mas é fundamental evitar o contato com carrapatos e adotar medidas preventivas para reduzir o risco de picadas.