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Clínica de reabilitação irregular é fechada em Cotia

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Os internos contaram que estavam há mais de dois anos, sem contato com suas famílias (Divulgação/Polícia Civil de SP)

A ação foi promovida por meio de agentes do MPSP, Polícia Civil, GCM e Vigilância Sanitária de Cotia; confira mais detalhes

Por meio de uma operação conjunta realizada entre o Ministério Público de São Paulo (MPSP), a Polícia Civil, a Guarda Civil Municipal (GCM) e a Vigilância Sanitária, uma clínica de reabilitação para dependentes químicos que operava irregularmente em Cotia foi fechada.

O caso ocorreu na manhã de terça-feira, dia 3, na Estrada da Ressaca, no Jardim Samambaia, zona rural da cidade. Durante a ação, dez internos, dos quais três eram idosos, foram resgatados em condições insalubres, com alimentos vencidos e medicamentos mal armazenados.

De acordo com o boletim de ocorrência, as equipes chegaram ao local após receberem uma denúncia feita em julho por meio do “Disque 100” da administração municipal. Na denúncia, havia relatos de maus-tratos e a presença de pessoas idosas com lesões resultantes de agressões com cadeiras.

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Clínica de reabilitação irregular é fechada em Cotia
Pacientes foram removidos do local (Divulgação/Polícia Civil de SP)

Contudo, na primeira visita ao espaço, não foi constatada nenhuma vítima com marcas de lesões resultantes de agressões. Por meio de mais denúncias, os agentes retornaram ao local e verificaram a vulnerabilidade dos internos.

“Foi constatada uma situação de vulnerabilidade dos residentes, observando que eles não tinham alimentação adequada, identificando pacotes de pães com datas vencidas, muita sujeira pelos cômodos, roupas sujas descartadas no chão, bem como a ausência de qualquer profissional da área de saúde no local”, ressaltou a Polícia Civil.

Internos da clínica em Cotia não tinham contato com a família

Em depoimento à Polícia Civil, os internos relataram que estavam há mais de dois anos sem contato com suas famílias. O grupo foi removido do local e entregue aos seus parentes.

Um dos residentes declarou aos oficiais que estava cuidando dos outros pacientes no local, sendo responsável pelo preparo dos alimentos e pela administração dos medicamentos. Durante as vistorias, os agentes encontraram no fogão uma única panela, contendo arroz e carne misturados.

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A vítima também relatou que não havia ninguém para promover a limpeza, pois eles praticam a “laboraterapia,” na qual os próprios internos fazem a limpeza do local. Entretanto, foi observada muita sujeira no espaço.

Representantes da clínica de Cotia falam à Polícia

Quando questionados, os proprietários da clínica irregular em Cotia disseram à Polícia Civil que o local abriga pessoas carentes e dependentes químicos em processo de reabilitação. Além disso, o centro tem conexões religiosas com um pastor evangélico.

“Em síntese, informaram que o local acolhe pessoas carentes e adictos em processo de reabilitação, considerando a situação flagrada no local pelos servidores públicos como uma fatalidade. Quando indagados se a clínica atua no segmento filantrópico ou particular, afirmaram que a mensalidade média varia entre quatrocentos reais e um salário mínimo, embora um ou outro residente seja acolhido sem qualquer pagamento”, destacou a Polícia Civil no boletim de ocorrência.

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Local foi interditado pelos agentes (Divulgação/Polícia Civil de SP)
Local foi interditado pelos agentes (Divulgação/Polícia Civil de SP)

Os dois foram autuados por abandono de incapaz (artigo 133 do Código Penal) e por expor a perigo a integridade e saúde (artigo 99 do Estatuto do Idoso) e foram encaminhados para a Delegacia de Polícia de Cotia. O local foi interditado e foi solicitada uma perícia ao Instituto de Criminalística de Taboão da Serra.

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Os suspeitos, cujas identidades não foram reveladas, foram inicialmente detidos na Cadeia Pública da cidade e foram liberados após o pagamento de R$ 10 mil de fiança – sendo R$ 5 mil para cada um deles. As investigações continuam para obter mais informações sobre o ocorrido.

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