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Associação de defesa do consumidor encontra inseto em teste com marcas de café

A Proteste avaliou 20 lotes de café torrado e moído

A Proteste, associação de consumidores, realizou teste com marcas de cafés com 20 lotes do produto torrado e moído tradicional, para avaliar a qualidade dos cafés vendidos nos supermercados.

O que mais chama a atenção é a presença de cascas e paus acima do permitido pela legislação, fragmentos de insetos em uma das marcas e até um inseto inteiro em outra.

odas as amostras avaliadas foram consideradas de qualidade Tradicional. De acordo com a Abic, os cafés tradicionais são para o consumo do dia-a-dia, com custo menor (FOTO: Divulgação)

Entretanto não foram encontradas irregularidades em umidade ou substância tóxicas perigosas à saúde. No teste de degustação, as marcas avaliadas foram consideradas “Tradicionais”, ou seja, nenhuma foi avaliada como Gourmet ou Superior. Os rótulos em geral foram bem avaliados, mas faltam informações por parte de algumas fabricantes.

Nas abas abaixo, veja cada item avaliado pela Proteste nos quesitos higiene, rotulagem, características físico-químicas, análise sensorial e resultado final dos testes aplicados.

As análises de higiene do café são importantes para verificar se o produto está apto para o consumo ou se apresenta risco à saúde do consumidor. Nesse quesito, todas as amostras trouxeram o produto correto – grãos de café torrados e moídos – em sua composição. Em relação aos padrões microbiológicos, todas as amostras atenderam à legislação vigente.

Entretanto, os lotes dos cafés Bom Dia, Canaan e Jardim apresentaram impurezas macroscópicas (cascas e paus) acima do preconizado pela legislação (1%), sendo detectado ainda, em um deles (Bom Dia), fragmentos de insetos superior ao que é previsto (60 fragmentos). Além disso, foi encontrado 1 inseto inteiro no lote analisado da marca Carrefour, o que não é permitido pela legislação.

No atributo rotulagem foi verificado se as informações contidas na embalagem estavam de acordo com a legislação vigente. De um modo geral, os rótulos foram bem avaliados. Entre os lotes de café analisados, somente a Canaan não trazia o modo de conservação do produto. 

O café Jardim foi a única marca que não possuía o Selo de Pureza Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic) em seu rótulo. O Selo de Pureza certifica que o produto é puro, sem adulteração ou misturas, oferecendo segurança alimentar, qualidade e respeito ao consumidor.

O café da marca Canecão denominava-se como “puro e natural” na frente da embalagem. De acordo com o regulamento da Anvisa, o uso de vocábulos como “natural”, “puro” e outros não é permitido, mesmo que a informação seja verdadeira.

Além disso, os lotes das marcas Capital, Canaan, Pimpinela, Canecão, 3 Corações e Jardim não indicaram nos rótulos o tempo de validade após aberto. Essa informação, não é exigida por lei, mas a Proteste julga importante, uma vez que auxilia o consumidor. 

De acordo com a Anvisa, os cafés torrados e moídos devem apresentar no máximo 5% de umidade, pois quanto menor a umidade do café, melhor a sua conservação.

Em sua maioria, as amostras de café apresentaram menos de 4% de umidade. Contudo, as marcas Bom Dia, Canaan, Aro, Pilão, Café Brasileiro, Café Pelé, Caboclo, Diplomata e Jardim apresentaram valores próximos ao limite recomendado, entre 4% e 4,5%. Ainda assim, estão em conformidade com as determinações da Anvisa.

Em relação ao teor de cafeína e a presença de substâncias perigosas para a saúde, como a ocratoxina A (substância potencialmente cancerígena), todas as marcas estiveram em conformidade com a legislação.

Um grupo treinado de provadores realizou a análise sensorial do café seguindo a metodologia validada pela Abic e verificou a qualidade global da bebida. O que determina a Categoria de Qualidade do Café é a faixa de nota final obtida pelo produto, numa escala de 0 a 10.

De acordo com a sua qualidade, os cafés são classificados, do melhor para o pior, como Gourmet (7,3 a 10), Superiores (6,0 a 7,2), Tradicional (4,5 a 5,9) e não recomendável para o consumo (0 a 4,5). A faixa da nota é obtida pela análise do conjunto da fragrância do pó, aroma, defeitos, acidez, amargor, sabor, sabor residual, adstringência e corpo da bebida.

Nesse quesito, todas as amostras avaliadas foram consideradas de qualidade Tradicional. De acordo com a Abic, os cafés tradicionais são para o consumo do dia-a-dia, com custo menor. As marcas que tiveram a melhor avaliação global em relação à análise sensorial foram: Pimpinela, Qualitá, 3 Corações e Mellita. Já o café Jardim recebeu a menor nota de qualidade global nessa análise ou nesse quesito no teste de cafés.

O café torrado e moído da marca Melitta foi considerado o Melhor do Teste, com mais 13 marcas com excelente qualidade. Aqueles que quiserem pagar um pouco a menos, comprando cafés tão bons quanto o melhor do teste por um preço menor, podem optar pela marca com o título de “escolha certa”.

MARCAS AVALIADAS

A associação avaliou as marcas Aro, Bom Dia, Bom Jesus, Caboclo, Café Brasileiro, Café Pelé, Canaan, Canecão, Capital, Carrefour, Diplomata, Giro, Jardim, Maratá, Melitta, Moka, Pilão, Pimpinela, Qualitá e 3 Corações.

O teste foi realizado por Laboratório credenciado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A metodologia seguiu as legislações aplicáveis conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).